Escrever aos robôs é uma preocupação que não tenho. Esse é um dos caminhos para os que procuram engajamento nas redes. Escrever de uma forma que os algoritmos sejam reconhecidos por sites de buscas. O conjunto das regras e da lógica facilita. Cada um tem o direito de escrever da forma que achar melhor e bem entender, claro, com responsabilidade.
Mas escrever vai além. É humano, real e ao mesmo tempo imaginário, tocante e não superficial. Não podemos viver escravos em uma linha de produção da escrita atrás de curtidas e visibilidades. A arte da escrita é única e vem de dentro. Não sei dizer como acontece, apenas flui. Atualmente observo textos com começo, final e meio. Outras vezes com final, meio e sem começo. Textos ocos, sem emoção, amor e humanismo já estão cada vez mais comuns.
Até alguns jornalistas andam esquecendo-se de ouvir os dois lados da história por quererem dar o tal furo de reportagem e ganharem cliques. No entanto, acabam dando barriga. Interpretação e compreensão de texto na atualidade, quem sabe fazer é rei dessa terra. Até para interpretar quadrinhos a galera anda pastando. Vai entender esse progresso ao retrocesso. Virar marionete no sistema é fácil. São tantos escravos em suas telas, fissurados por saberem da vida alheia ou por curtidas em suas fotos. Quantos sonhos derrotados? Difícil contabilizar.
A mente humana entrará em colapso. Daqui uns dias até os robôs entrarão em colapso, afinal, eles nunca terão sentimentos. São apenas lógicos. Aos amigos e futuros escritores: escrever requer tempo e sentimento. Não há bons textos sem boas leituras e observações de mundo. Escrever é uma arte necessária. Na escrita é possível brincar, trocar letras, pensamentos e causar impactos positivos e negativos na vida das pessoas.
Por isso é preciso ter seriedade ao escrever. Ter liberdade significa ter responsabilidade. Um robô não entenderia meus textos. Se bem que algumas pessoas também não. Enfim, escrevo porque é muita paixão envolvida. Não escrevo aos robôs e muito menos sou uma linha de produção. Ainda há esperança.
Texto original no site: MassaguaNews.
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