segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

Livro Agosto de Rubem Fonseca tem 'histórias e estórias'


O livro Agosto de Rubem Fonseca, mistura ficção e história. É uma narrativa policial que traz romance, violência, escândalos políticos e a imprensa brasileira.
O livro já começa assim, no dia 1º de agosto de 1954, no Rio de Janeiro, capital da República, um empresário é assassinado e outro crime é planejado na sede do governo federal. O atentado frustrado contra o jornalista Carlos Lacerda, opositor de Getúlio Vargas, causará uma das maiores reviravoltas da história do Brasil. 

Um dos maiores sucessos de crítica de Rubem Fonseca, Agosto nos questiona: em que medida a história de uma pessoa e a história de um país se determinam, se diferenciam e se assemelham? Ao misturar com maestria história e ficção, o autor encontra a resposta: a boa literatura.

Eu particularmente gostei muito da narrativa mesmo ela dando umas quebradas na sequência da leitura. Além de resgatas o bom e velho jornalismo muitas vezes traz a questão da importância dos jornalistas serem imparciais. Ao mesmo tempo deixa uma dúvida sobre: Jornalista é realmente imparcial?  Aí já é uma longa história.

Mattos, um comissário da policia me chamou atenção pela forma de trabalhar e pelo amor a profissão. Algo raro nos dias de hoje. Quem ler a obra poderá voltar à história e tirar suas conclusões sobre o que pode ser ‘história ou estória’. Algumas pessoas se identificarão com acontecimentos, fatos possivelmente reais e outros não. A narrativa da obra é bem simples, intensa e imparcial, sem fazer críticas ao momento relatado, no entanto, faz o leitor tirar suas próprias conclusões. 

Mas, tudo que li no livro tem um pouco de verdade, principalmente quando envolve política, poder, mulher e dinheiro. Quatro coisas incrivelmente sedutoras desde que o mundo é mundo. Aos leitores dessa incrível obra contemporânea eu só posso dizer: boa leitura e viaje no tempo. Pense se acontecimentos do passado ainda acontecem nos dias atuais.  

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