O livro com certeza é feminista,
afinal o livro traz a masculinidade como sendo tóxica as mulheres, retrata a
depreciação da capacidade das mulheres, a violência psicológica, física e
sexual e a divisão na criação dos filhos. A obra é composta por 3 amigos –
Terry, o machistão, Jeff, o cavalheiro, e Vandyck aquele que acredita em fatos,
o “meio termo” deles -, a autora é tão ousada que a obra é uma narrativa em
primeira pessoa, ou seja, ela é o Vandyck que conta toda a história sob ótica
masculina.
Os três amigos saíram em expedição científica
e se depararam com a lenda da “Terra das Mulheres” contada por um guia
“selvagem”. Claro que eles resolvem verificar se há uma sociedade sem homens e
já imaginavam uma sociedade primitiva e que os homens deviam estar presos em
algum lugar ou que apenas faziam visitas para que as mulheres reproduzissem.
Uma coisa eles tinham certeza, não tinha como não ter participação de homens!
No entanto quando chegam até a “Terra das Mulheres”, são surpreendidos com a
infraestrutura do local, a organização social, os avanços econômicos, o
controle da taxa de natalidade e mortalidade, a segurança nacional e outros. Contudo,
Terry, - o machistão- a todo tempo fala que aquilo é impossível sem homens e
que eles devem estar em outra região escondidos.
A trama desenvolve mostrando os
três amigos como prisioneiros da “Terra das Mulheres”, mas com dignidade
humana, afinal, eles podem estudar, comer de tudo, tem roupas confortáveis e
camas macias, o que provavelmente não aconteceria com prisioneiros que fossem
pegos invadindo outro país de cultura patriarcal! Eles tinham as guias – Somel,
Moadine e Zava- que os orientavam para aprenderem tudo sobre a Terra das
Mulheres, mas em contrapartida também tinham que ensinar sobre o país deles. E
a partir daí a obra relata todo o espanto das mulheres da “Terra da Mulheres”
em saber que as mulheres do país deles não podem trabalhar, fazer força, tem
que se submeter ao sexo com seus maridos para satisfazê-los e não para gerar
vidas, que são responsáveis pela criação dos filhos e organização do lar, que
algumas fazem aborto e tudo mais.
Não poderia faltar romance na
obra, que com certeza foi o ponto chave para demonstrar toda a relação que
causa a intoxicação da masculinidade na mulher, bem como também demonstrar que
educação social pode modificar pensamentos e atitudes machistas como no caso de
Jeff e Vandyck, que se casaram com mulheres – Cellis e Ellador- da “Terra das Mulheres!
Vejamos que Terry também casou-se
com uma mulher – Alima - e não teve
muito sucesso, já que sua intenção sempre foi dominá-la e quando realmente
tenta fazer isso forçando-a ao ato sexual, ele é dominando por ela e por outras
mulheres e se torna prisioneiro até o dia do julgamento. Quando sai sua sentença, Terry é expulso da
“Terra das Mulheres”. Vejamos que Terry é o personagem que demonstra o quão o
machismo é devastador, mostra ainda que naquela época já havia na “Terra das
Mulheres” sentença – punição – para quem violentasse as mulheres.
A autora foi um gênio para sua
época nos movimentos feministas, porém, tanto naquela época como hoje, acredito
eu, existe críticas a obra, como por exemplo na questão do aborto, a qual na
“Terra das Mulheres” era um absurdo por fim a vida de um nascituro, pois,
existem meios de evitar uma gravidez e caso ela ocorra deveria ter o filho e se
não possuísse condições maternal deveria ser dado a sociedade que tem mães que
podem cuidar, amar e educar, ou seja, na nossa sociedade podemos dizer que caso
engravide dê seu filho para adoção!
Outro fator que pode ser questionado é que na “Terra das Mulheres”, mulheres
não tinham sexo, e quando Ellador, Cellis e Alima ficam com os três amigos –
Vandyck, Jeff e Terry – elas não querem ter sexo, porque para elas é uma
questão apenas de reprodução e que o amor, felicidade e prazer podem ser
encontrados de outra forma. Ora, e nossa liberdade sexual? Nós não podemos
sentir prazer sexual para qual o nosso corpo é feito? Podemos dar um desconto
para a Charllote, afinal para aquela época ela já havia se ousado demais em
criticar um sistema patriarcal e religioso.
Paula Fernandes
Pereira
Bacharel em Direito
Colunista: JornalMassaguaçu
Youtuber: Uma amigasua
Instagram:
Paula_fernandespereira
Twitter: @PaulaFpblog
Facebook: PaulaFernandes Pereira
Oi Paula!
ResponderExcluirBem vinda ao TJM.
Já começou arrasando com a sua resenha. Fiquei com muita vontade de ler o livro e ver todo o seu desfecho.
Espero poder vê-la mais vezes por aqui.
Beijos