quarta-feira, 4 de julho de 2018

Resenha: Livro o Sol na Cabeça traz originalidade na literatura brasileira


O Sol na Cabeça é o primeiro livro do escritor nacional, Geovani Martins. Seu livro é composto por 13 contos e já foi vendido para mais de oito países, além dos direitos para uma adaptação cinematográfica. A capa alaranjada e páginas amareladas atraem leitores, como sempre digo, não gosto de ler em páginas brancas. Acredito que muitos leitores também não.

O livro me surpreendeu. Estou acostumado a ler obras com uma linguagem, digamos que padronizada, com poucos erros e sem gírias. No entanto, esse livro é totalmente diferente. Geovani traz uma realidade brasileira, a metamorfose da comunicação, uma originalidade da língua, do povo. Me fez lembrar tempos de escola, do futebol com os amigos, como não nos preocupávamos em falar certinho e sim da nossa comunicação fluir em cada grupo, seja com a galera do skt, do futebol, dos nerds e por aí vai. 

É um livro que toca e prende o leitor. Faz você analisar o mundo com outros olhos. Em um de seus textos, intitulado, “Como a Favela me fez Escritor, Geovani diz que a “favela hoje é centro, gira em torno de si, produz cultura e movimenta a economia. O favelado cria e consome como qualquer outra pessoa do planeta”. E em seu livro é possível notar isso, essa realidade. Não importa sua classe, sua origem, todos tem um talento único. Um deles foi encontrado e se destaca como um escritor fenomenal, o nome dele é Geovani Martins. Que venham mais livros e talentos nacionais.

Apresentação

Em O sol na cabeça, Geovani Martins narra a infância e a adolescência de garotos para quem às angústias e dificuldades próprias da idade soma-se a violência de crescer no lado menos favorecido da “Cidade partida”, o Rio de Janeiro das primeiras décadas do século XXI.
Em “Rolézim”, uma turma de adolescentes vai à praia no verão de 2015, quando a PM fluminense, em nome do combate aos arrastões, fazia marcação cerrada aos meninos de favela que pretendessem chegar às areias da Zona Sul. 

Em “A história do Periquito e do Macaco”, assistimos às mudanças ocorridas na Rocinha após a instalação da Unidade de Polícia Pacificadora, a UPP. Situado em 2013, quando a maioria da classe média carioca ainda via a iniciativa do secretário de segurança José Beltrame como a panaceia contra todos os males, o conto mostra que, para a população sob o controle da polícia, o segundo “P” da sigla não era exatamente uma realidade. Em “Estação Padre Miguel”, cinco amigos se veem sob a mira dos fuzis dos traficantes locais.

Nesses e nos outros contos, chama a atenção a capacidade narrativa do escritor, pintando com cores vivas personagens e ambientes sem nunca perder o suspense e o foco na ação. Na literatura brasileira contemporânea, que tantas vezes negligencia a trama em favor de supostas experimentações formais, O sol na cabeça surge como uma mais que bem-vinda novidade. 

“Geovani pula da oralidade mais rasgada para o português canônico como quem respira. Uma nova língua brasileira chega à literatura com força inédita.” — João Moreira Salles

“Fiquei chapado.” — Chico Buarque

“Se Lima Barreto estivesse vivo, sem dúvida leria com emoção as narrativas deste livro tão necessário em tempos de intolerância, ódio e ignorância.” — Milton Hatoum

"'O sol' vai muito além da 'literatura de favela', seja lá o que isso for, é simplesmente ótima literatura moderna, e ponto. [...] Pequeno grande livro, emoção do início ao fim, bagulho doido." — Nelson Motta

“O livro mais importante da literatura recente.” — Marcelo Rubens Paiva


Ficha Técnica

Título Original: SOL NA CABEÇA, O
Autor: Geovani Martins
Capa: Alceu Chiesorin Nunes
Páginas: 120
Formato: 14.00 X 21.00 cm
Peso: 0.186 kg
Acabamento: Brochura
Lançamento: 02/03/2018
ISBN: 9788535930528
Selo: Companhia das Letras



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