O Sol na Cabeça é o primeiro livro do escritor nacional,
Geovani Martins. Seu livro é composto por 13 contos e já foi vendido para mais
de oito países, além dos direitos para uma adaptação cinematográfica. A capa
alaranjada e páginas amareladas atraem leitores, como sempre digo, não gosto de
ler em páginas brancas. Acredito que muitos leitores também não.
O livro me surpreendeu. Estou acostumado a ler obras com
uma linguagem, digamos que padronizada, com poucos erros e sem gírias. No
entanto, esse livro é totalmente diferente. Geovani traz uma realidade
brasileira, a metamorfose da comunicação, uma originalidade da língua, do povo.
Me fez lembrar tempos de escola, do futebol com os amigos, como não nos preocupávamos
em falar certinho e sim da nossa comunicação fluir em cada grupo, seja com a
galera do skt, do futebol, dos nerds e por aí vai.
É um livro que toca e prende o leitor. Faz você analisar
o mundo com outros olhos. Em um de seus textos, intitulado, “Como a Favela me
fez Escritor, Geovani diz que a “favela hoje é centro, gira em torno de si,
produz cultura e movimenta a economia. O favelado cria e consome como qualquer
outra pessoa do planeta”. E em seu livro é possível notar isso, essa realidade.
Não importa sua classe, sua origem, todos tem um talento único. Um deles foi
encontrado e se destaca como um escritor fenomenal, o nome dele é Geovani
Martins. Que venham mais livros e talentos nacionais.
Apresentação
Em O sol na
cabeça, Geovani Martins narra a infância e a adolescência de
garotos para quem às angústias e dificuldades próprias da idade soma-se a
violência de crescer no lado menos favorecido da “Cidade partida”, o Rio de
Janeiro das primeiras décadas do século XXI.
Em “Rolézim”, uma turma de adolescentes vai à praia no verão de 2015, quando a
PM fluminense, em nome do combate aos arrastões, fazia marcação cerrada aos
meninos de favela que pretendessem chegar às areias da Zona Sul.
Em “A história
do Periquito e do Macaco”, assistimos às mudanças ocorridas na Rocinha após a
instalação da Unidade de Polícia Pacificadora, a UPP. Situado em 2013, quando a
maioria da classe média carioca ainda via a iniciativa do secretário de
segurança José Beltrame como a panaceia contra todos os males, o conto mostra
que, para a população sob o controle da polícia, o segundo “P” da sigla não era
exatamente uma realidade. Em “Estação Padre Miguel”, cinco amigos se veem sob a
mira dos fuzis dos traficantes locais.
Nesses e nos outros contos, chama a atenção a capacidade narrativa do escritor,
pintando com cores vivas personagens e ambientes sem nunca perder o suspense e
o foco na ação. Na literatura brasileira contemporânea, que tantas vezes
negligencia a trama em favor de supostas experimentações formais, O sol na cabeça surge
como uma mais que bem-vinda novidade.
“Geovani pula da oralidade mais rasgada para o português canônico como quem
respira. Uma nova língua brasileira chega à literatura com força inédita.” —
João Moreira Salles
“Fiquei chapado.” — Chico Buarque
“Se Lima Barreto estivesse vivo, sem dúvida leria com emoção as narrativas
deste livro tão necessário em tempos de intolerância, ódio e ignorância.” —
Milton Hatoum
"'O sol' vai muito além da 'literatura de favela', seja lá o que isso for,
é simplesmente ótima literatura moderna, e ponto. [...] Pequeno grande livro,
emoção do início ao fim, bagulho doido." — Nelson Motta
“O livro mais importante da literatura recente.” — Marcelo Rubens Paiva
Ficha Técnica
Título Original: SOL NA CABEÇA, O
Autor: Geovani Martins
Capa: Alceu
Chiesorin Nunes
Páginas: 120
Formato: 14.00 X 21.00 cm
Peso: 0.186 kg
Acabamento: Brochura
Lançamento: 02/03/2018
ISBN: 9788535930528
Selo: Companhia das Letras
Confira outras resenhas dos livros: Hippie e A Incendiária.
Amazing post, dear!
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