Foto: João Ricardo Leite |
Hoje comemora-se a liberdade de imprensa. Não sei se é
algo possível de comemoração, mas somos um pouco mais livres. A internet tenta
ajudar com essa liberdade, no entanto, também favorece a repercussão de informações
sem responsabilidades. Sabemos que a imprensa procura apurar e informar a
sociedade.
No Brasil observamos em um passado não muito distante, o
período da ditadura, jornais eram censurados pelo AI-5; em resumo: só se
publicava notícias autorizadas pelo governo. Aí surgiram os jornais
alternativos, tendo um papel importantíssimo para tentar combater a censura.
Muitos militantes e jornalistas sofriam com isso. O governo torturava e
procurava exterminar os chamados subversivos.
Será que os militares tentavam realmente acabar com tais militantes a favor da
liberdade? Isso já está mais que comprovado, muitos até hoje jamais foram
encontrados e tento nesse texto expressar uma homenagem aos combatentes da
repressão, afinal, se não fossem eles no passado, não teríamos o mínimo de
liberdade. Podem me chamar do que quiserem, coxinha, fascista, retardado,
louco, não importa, eu respeito a opinião de todos mesmo não concordando.
Carlos Marighella, assassinado nesse período dizia: " A ditadura surgiu da violência empregada pelos golpistas contra a nação, e não pode esperar menos do que violência por parte do povo. Os brasileiros estão diante de uma alternativa. Ou resistem à situação criada ou se conformam com ela. O conformismo é a morte. Há os que tem vocação para escravo, mas há os escravos que se revoltam contra a escravidão. É preciso não ter medo, é preciso ter a coragem de dizer”.
Hoje temos a democracia, na minha visão uma democracia
mascarada, finge-se liberdade. A luta a favor da liberdade será constante. Jack
London afirma, " já se passaram muitos anos desde que eu mergulhei na luta
para transformar a política, para dar a todos os homens e a todas as mulheres
uma oportunidade igual. Na verdade, sinto-me uma espécie de veterano, quando
penso nos longos anos dessa luta. Não sou exatamente um veterano derrotado, mas
já não espero, como recruta animoso, vencer e capturar o inimigo ao nascer do
sol do dia seguinte. Sou veterano que não tem esperanças de ver o fim da
campanha, nem faz previsões sobre a data em que terminará".
Foto: Regis Thiago/Arquivo |
Cármen Lúcia, Presidente do Supremo Tribunal Federal
(STF) declarou no 7º Fórum de Liberdade de Imprensa e Democracia, organizado
pela revista Imprensa e
publicado pela EBC, o seguinte, “como cidadãos, os jornalistas têm o dever
social e político de discutir, chegar a um consenso na categoria e fazer com
que a discussão chegue à sociedade, fomentando o debate. São os jornalistas,
como quem têm mais informações sobre o ofício, que podem ver isso”.
Como jornalista, eu também acredito que temos um grande
papel, afinal fizemos um juramento.
“Apenas a independência, o caráter, a objetividade e o
bom julgamento do jornalista e da mídia são capazes de superar as terríveis
tempestades do mundo contemporâneo, que ameaçam a liberdade de informação em
todos os lugares”. Essas palavras foram escritas por Guillermo Cano Isaza,
jornalista colombiano assassinado em 1986, e elas continuam a ecoar hoje, 33
anos depois.
É só analisar ao nosso redor, pensar e tirar suas conclusões. Assim finalizo com uma frase que
gosto muito, “É preciso não ter medo, é preciso ter a coragem de dizer”.
A luta pela liberdade de imprensa se mistura a luta pela veracidade das notícias, pela verdade não construída por agentes do poder como forma de tirar vantagens e propagar a tirania como solução. Os jornalistas tem seu dever e ética em todos os âmbitos: federal, estadual e municipal. Não podem se prestar a encobrir ou disfarçar um mau governo, a incompetência no gerenciamento do dinheiro público e na destruição de projetos e trabalhos já executados por governos anteriores por picuinhas políticas, na falta de respeito aos executores tecnos, funcionários públicos que ano após ano, gestão após gestão, trabalham em prol da população e do bem público.
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