quinta-feira, 12 de junho de 2014

Liberdade de Imprensa

Essa semana comemora-se a liberdade de imprensa. Sabemos que a imprensa procura apurar e informar a sociedade. No Brasil observamos o período da ditadura, jornais eram censurados pelo AI-5; em resumo: só publicava-se notícias autorizadas pelo governo. Aí surgem os jornais alternativos, tento um papel importantíssimo para tentar combater a censura. Muitos militantes e jornalistas sofriam com isso. O governo torturava e procurava exterminar os chamados subversivos.
Será que os militares tentavam realmente acabar com tais militantes a favor da liberdade? Isso já está mais que comprovado, muitos até hoje jamais foram encontrados e tento nesse texto expressar uma homenagem aos combatentes da repressão, afinal, se não fossem eles no passado, não teríamos o mínimo de liberdade.
Carlos Marighella, assassinado nesse período dizia: " A ditadura surgiu da violência empregada pelos golpistas contra a nação, e não pode esperar menos do que violência por parte do povo. Os brasileiros estão diante de uma alternativa. Ou resistem á situação criada ou se conformam com ela. O conformismo é a morte. Há os que tem vocação para escravo, mas há os escravos que se revoltam contra a escravidão. É preciso não ter medo, é preciso ter a coragem de dizer".
Hoje temos a democracia, na minha visão uma democracia mascarada, fingi-se liberdade. A luta será constante.
Jack London afirma, " já se passaram muitos anos desde que eu mergulhei na luta para transformar a política, para dar a todos os homens e a todas as mulheres uma oportunidade igual. Na verdade, sinto-me uma espécie de veterano, quando penso nos longos anos dessa luta. Não sou exatamente um veterano derrotado, mas já não espero, como recruta animoso, vencer e capturar o inimigo ao nascer do sol do dia seguinte. Sou veterano que não tem esperanças de ver o fim da campanha, nem faz previsões sobre a data em que terminará".
Pensando nisso, conversei com Vito Giannotti. Para quem não o conhece, ele foi um dos muitos militantes na ditadura, junto com seus companheiros criou vários jornais alternativos, um dos jornais chamou-se Luta Sindical, criado em 1975. Atualmente ele é coordenador do Núcleo Piratininga de Comunicação, no RJ e como ele afirma "a luta não pode parar".
Ao conversar sobre alguns acontecimentos do passado e do presente, sobre conscientizar as pessoas sobre o poder da mídia de massa, Vito Giannotti afirma: "devemos trabalhar muito mais a comunicação, porque a comunicação hoje tem mais peso que cinquenta anos atrás. Hoje a comunicação é centralizada na sociedade, cem anos atrás o cara era metalúrgico que morava longe e não tinha informação de nada, só um jornal que ele nunca lia; ou a informação que um vizinho contava ou que ele ouvia no bonde que ele pegava. Não tinha tanto acesso a informação. Além de grande maioria ser analfabeto no passado. Então hoje o bombardeio dos meios de comunicação de massa mudou muito no século 20. Antigamente a informação era microscópica. Olha o cinema, tínhamos 350 salas de cinema. Ele foi uma baita ferramenta ideológica. Ninguém começou a fumar porque Deus mandou fumar, nem porque os índios fumavam, foi porque Hollywood mandou fumar. Toda ideologia americana foi passada pelo cinema. Depois pela TV e assim por diante. Muitos brigam comigo mas a propaganda, a tv, o rádio e a internet tem quase poder absoluto sobre a cabeça das pessoas".
Sempre muito polêmico e nunca com medo de dizer o que pensa, perguntei para ele se poderia voltar a uma ditadura, igual ocorreu no passado e ele me explica: "No passado não foi apenas um golpe militar, foi um golpe militar empresarial. O capitalismo se diverte com qualquer brincadeira mesmo que seja democracia ou ditadura. Os empresários estão lucrando muito na democracia, nunca foi tão bom para eles, agora privatizam tudo, até a mãe se puder, então; se os empresários acharem outro sistema para terem mais lucro nas costas da classe trabalhadora eles vão apoiar. Então não podemos nos apegar a detalhes".
Por isso devemos mesmo ficar atentos com o progresso e evolução de tudo. Jamais devemos esquecer o passado e de tudo que aconteceu, árduas lutas e muitas mortes.
"Se você é capaz de tremer de indignação a cada vez que se comete uma injustiça no mundo, então, somos companheiros". - Che Guevara

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