quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Livro ‘Número Zero’ de Umberto Eco e o fenômeno do mau uso do jornalismo


Hoje falarei sobre o livro Número Zero de Uberto Eco. Sou meio suspeito, pois acho ele incrível em suas narrativas usando muita semiótica nos discursos de seus textos. Então bora lá.
O livro descreve bem fenômeno mundial do mau uso do jornalismo, seu sensacionalismo e até o fakenews, ou seja, a carapuça serve para muita gente da imprensa.

Dentro da trama é debatido produzir acusações sem provas, para que certas pessoas se sintam intimidadas, mas não consigam processar o jornal por difamação. Claro que sem mentir, mas distorcendo a realidade.
O jornal Amanhã descrito na história é um jornal experimental que nunca sairá nas ruas, seu único interesse é intimidar os poderosos, ou seja, políticos e banqueiros da Itália. Apenas dois personagens da trama sabem, Colonna e Simei.

Um fato curioso é a questão do ano onde se passa a história, 1992. Aí eu digo o poder da semiótica. Neste ano aconteceu em Milão a Operação Mãos Limpas, que visava esclarecer casos de corrupção durante a década de 1990 na sequência do escândalo do Banco Ambrosiano, revelado em 1982, que implicava a Máfia, o Banco do Vaticano e a loja maçônica P2.

Com apenas 240 páginas o livro prende sua atenção. Eu particularmente achei que bateu um cansaço quando em certa parte do livro faz menção a uma possível teoria da conspiração por ser muito extensa. Nessa teoria, o homem fuzilado e pendurado pelos pés em Milão no final da Segunda Guerra Mundial não seria o líder fascista Benito Mussolini, mas um sósia. Mas logo volta ao normal dando continuidade ao romance e sua narrativa. Por isso é bom ficar ligado em todos os detalhes.

Umberto Eco em o Número Zero descreve muito bem uma sociedade, seus mecanismos de controle e a persuasão realizada para que determinados grupo permaneçam no tão aclamado poder. Realmente precisamos pensar em tudo que estamos e lendo. Afinal, tudo precisa ter um significado e nada é por acaso.


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