Hoje falarei sobre o livro Número Zero de Uberto Eco. Sou
meio suspeito, pois acho ele incrível em suas narrativas usando muita semiótica
nos discursos de seus textos. Então bora lá.
O livro descreve bem fenômeno mundial do mau uso do
jornalismo, seu sensacionalismo e até o fakenews, ou seja, a carapuça serve
para muita gente da imprensa.
Dentro da trama é debatido produzir acusações sem provas,
para que certas pessoas se sintam intimidadas, mas não consigam processar o
jornal por difamação. Claro que sem mentir, mas distorcendo a realidade.
O jornal Amanhã descrito na história é um jornal
experimental que nunca sairá nas ruas, seu único interesse é intimidar os
poderosos, ou seja, políticos e banqueiros da Itália. Apenas dois personagens
da trama sabem, Colonna e Simei.
Um fato curioso é a questão do ano onde se passa a
história, 1992. Aí eu digo o poder da semiótica. Neste ano aconteceu em Milão a
Operação Mãos Limpas, que visava esclarecer casos de corrupção durante
a década de 1990 na sequência do escândalo do Banco Ambrosiano,
revelado em 1982, que implicava a Máfia, o Banco do Vaticano e
a loja maçônica P2.
Com apenas 240 páginas o livro prende sua atenção. Eu
particularmente achei que bateu um cansaço quando em certa parte do livro faz
menção a uma possível teoria da conspiração por ser muito extensa. Nessa teoria, o homem fuzilado e pendurado pelos pés em
Milão no final da Segunda Guerra Mundial não seria o líder fascista Benito
Mussolini, mas um sósia. Mas logo volta ao normal dando
continuidade ao romance e sua narrativa. Por isso é bom ficar ligado em todos
os detalhes.
Umberto Eco em o Número Zero descreve muito bem uma sociedade,
seus mecanismos de controle e a persuasão realizada para que determinados grupo
permaneçam no tão aclamado poder. Realmente precisamos pensar em tudo que estamos
e lendo. Afinal, tudo precisa ter um significado e nada é por acaso.
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